Prefeitura lamenta fechamento da fábrica da Comil em Lorena e reafirma atuação em busca de novos investimentos

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A crise nacional, que tem afetado o setor industrial brasileiro nos últimos anos, fez mais uma vítima. Agora, foi a vez da Comil, uma das principais montadoras de ônibus do país anunciar o fechamento de sua unidade em Lorena.

A prefeitura recebeu a notícia com muito pesar, e reitera que fez, ao longo do último ano, o possível para evitar que tal medida fosse adotada pela fábrica. A demonstração do esforço da atual administração em ajudar a empresa fica claro inclusive em trecho da nota oficial emitida pela Comil ao anunciar o fechamento da planta: “ao longo de 2015, a Prefeitura envidou esforços para auxiliar a Comil a buscar soluções para reduzir o impacto desta forte crise que estamos enfrentando. Porém, em virtude de todo o contexto, não há mais nada o que possamos fazer e nem o poder público de Lorena”. Deixamos claro que todos os incentivos fiscais permitidos por lei foram devidamente aplicados, assim como todas as medidas que poderiam ser adotadas pela prefeitura, no intuito de auxiliar a empresa e evitar que se chegasse ao extremo do fechamento.

Mesmo diante de um quadro delicado, é importante ressaltar que Lorena é uma das cidades que menos têm sentido o impacto dessa crise. Dados do Caged, Cadastro Geral de Empregados e Desempregados, do Ministério do Trabalho e Emprego, mostram que, ao longo dos últimos 12 meses, a cidade apresentou um saldo de perdas de postos de trabalho inferior a várias cidades da região. Enquanto Cruzeiro teve um saldo de menos 1.629 vagas, Taubaté de menos 6.394, Guaratinguetá de menos 311, Lorena teve saldo de menos 288 empregos formais. São números que a prefeitura não gostaria de trabalhar, mas, eles refletem a realidade vivida atualmente por um país que perdeu, segundo o próprio Caged 1.542.371, nos últimos 12 meses.

Infelizmente, esse é o momento delicado que temos vivido em nossa região que viu o encerramento das atividades da Vibracoustic, em Taubaté, que demitiu 106 funcionários; que recebeu a notícia de que a Wirex Cable, fabricante de cabos de energia e especiais, demitiu 57 funcionários em Santa Branca; que soube do fechamento da Sun Tech, em São José dos Campos, que montava aparelhos celulares para a LG, e demitiu 320; e do fim das atividades da Blue Tech, de Caçapava, outra terceirizada da LG, que também resultou na demissão de 50 funcionários. Todas esses desligamentos registrados apenas em dezembro.

Apesar de entender que o momento delicado que o país atravessa, em decorrência da crise econômica que afeta diversos setores, em especial o industrial, a atual administração reafirma que continua com o intenso trabalho de captar novos negócios para a cidade, mantendo o compromisso assumido de gerar emprego e renda para a população.

Nota Oficial da Empresa Comil:

“A COMIL ÔNIBUS S.A. anunciou hoje a paralisação das atividades de fabricação da sua Planta Industrial de Lorena, necessária devido à crise sem precedentes do mercado do ônibus no país que, associados a outros fatores políticos, sociais e econômicos, reduziram o mercado interno de ônibus em 16% em 2014 e 45% em 2015, somando mais de 50% nos últimos dois anos, agravado por forte redução nos preços praticados no mercado de carrocerias e sem perspectivas de retomada do mercado a médio prazo.

Ao longo dos últimos meses a Companhia, Funcionários e Entidade Sindical adotaram diversas ações na tentativa de superar ou minimizar o forte impacto da instabilidade econômica objetivando manter a atividade industrial. Infelizmente, estas ações, associadas aquelas adotadas na unidade matriz, não foram suficientes para compensar a brutal queda no mercado de ônibus e a consequente redução no volume de produção, tornando insustentável a continuidade das atividades industriais da planta de Lorena.

Ao longo de 2015, a Prefeitura envidou esforços para auxiliar a Comil a buscar soluções para reduzir o impacto desta forte crise que estamos enfrentando. Porém, em virtude de todo o contexto não há mais que possamos fazer e nem o poder público de Lorena.

A Companhia lamenta se somar a outras empresas que, diante deste cenário, também encerraram atividades e fecharam estabelecimentos, especialmente considerando o elevado investimento feito na região.

Embora todas as dificuldades decorrentes, a Companhia está envidando todos os esforços para minimizar os impactos decorrentes da decisão ora comunicada e garantir o cumprimento de todos os deveres trabalhistas e sociais, como sempre o fez. Será mantido alguns funcionários para realizar as atividades de transição e conservação do patrimônio.

A Comil reafirma o seu compromisso com o mercado nestes mais de 30 anos de atividade e reforça que a Planta de Erechim, que conta com capacidade de produção de 4.000 ônibus/ano, segue operando, produzindo todos os modelos de carrocerias e atendendo todas as demandas do mercado interno e externo.

A Companhia desde já expressa o infinito agradecimento pela dedicação de seus funcionários, e apoio da comunidade e administração pública local.”

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