Arnolfo Rodrigues de Azevedo – 11 de novembro

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Por mera coincidência histórica, também se festeja, em novembro, dia 14 aniversário do Município, rememorando-se a data, em 1788,quando a freguesia de Nossa Senhora da Piedade de Guaypacaré elevou-se á categoria de Vila, com o nome de Lorena, em homenagem ao governador da Província Capitão Geral Bernardo José de Lorena, Conde de Sarzedas.
Nosso respeito e admiração a Arnolfo Rodrigues de Azevedo, cujo nome se projetou, no passado, na política nacional, e se perpetua, através dos tempos vinculado ás glorias da terra que lhe foi berço, já tão dignificada pelos seus antepassados.
Descendente da nobre estirpe dos pró-homens que impulsionaram a vida social e politica de Lorena, nos primórdios da formação desta comunidade valeparaibana – “Arnolfo Rodrigues de Azevedo” – como homem e como político, foi um legitimo depositário das tradições da família impondo-se, pelas virtudes, pela austeridade, pelo caráter, pela cultura, ao respeito dos seus conterrâneos e dos pósteros.
Seus pais Dr. Antonio Rodrigues de Azevedo Ferreira e dona Eulália Moreira de Castro – Barões de Santa Eulália, desde a juventude se esboçava a forte personalidade do homem que, na maturidade, viria a atuar na liderança política da sua terra, projetando-se do Município ao Estado e deste á Federação, como parlamentar e estadista de notáveis méritos. Poeta romântico, compositor; seus poemas e musicas, traduziram a sensibilidade de seu espírito; Bacharel em Direito, casado com Dona Dulce Lina da Gama Cochrane, viveu em Lorena, onde exerceu a Promotoria Pública, ingressando na politica municipal, ocupou, em duas legislaturas sucessivas, a vereança e a Presidência da Câmara Municipal, prestando relevantes serviços, candidatou-se e foi eleito Deputado Estadual, exercendo o seu mandato em duas legislaturas, de 1895 a 1897 e 1898 a 1900, destacando-se como primeiro Secretário da Câmara.
A retidão de sua linha política, a lealdade de seus propósitos e o equilíbrio do seu comportamento fase ás crises politicas que se sucederam no período agitado da sucessão, no Governo do Estado, levaram-no, então, por coerência de princípios, a renunciar a todos os cargos públicos e a vida publica, para recolher-se à sua fazenda durante três anos. Pouco durou, voltou a atuar na vida pública, reassumindo a presidência da Câmara Municipal e a direção do Partido Republicano Paulista, para eleger-se Deputado Federal em 1902.
Graças ao trabalho desenvolvido, conquistou a confiança de seus pares que o elevaram a Presidência da casa, onde, durante cinco anos, ocupou a direção dos trabalhos parlamentares da Câmara dos Deputados. Foi nesse período que se realizou a construção do Palácio de Tiradentes, no Rio de Janeiro, sendo ele o autor intelectual e executor dessa obra magnifica, inaugurada em 6 de maio de 1926, no Governo de Arthur Bernardes.
Em 1927, eleito Senador, como representante do Estado de São Paulo, veio a interromper seu mandato em 27 de outubro de 1929, com a vitória da Revolução encabeçada por Getúlio Vargas. Decepcionado com a política e com os homens regressou a Lorena para ai terminar os seus dias, em 1942 aos 73 anos.
Como benfeitor de sua terra natal, impossível seria enumerar os importantes serviços prestados à municipalidade, não só na reorganização administrativa do governo municipal, como obtendo recursos orçamentários, estaduais e federais para as instituições locais e multiplicando o numero de estabelecimentos de ensino, visando a solucionar o problema da educação entre outros tantos de interesse da coletividade; o Grupo Escolar Conde de Moreira Lima; O Grupo Escolar Gabriel Prestes; também responsável pela vinda dos Salesianos para Lorena; Criação da Biblioteca Municipal.
Deve-se à sua influencia política a escolha para a instalação da Fábrica de Pólvora – Fabrica Presidente Vargas em Piquete; a construção do Ramal férreo de Lorena-Piquete; a construção do Quartel do Regimento do Exército 5ºBIL; obteve verbas para o prolongamento da ferrovia de Piquete a Itajubá, a ligação de Lorena ao Porto de Mambucaba ou de Paraty, empreendimentos que infelizmente, por injunções políticas, não foram concretizada.
Arnolfo Azevedo, cuja memória rendemos as nossas homenagens, enseja-nos concitar a todos os Lorenenses da atual geração a se mirarem nesse espelho de honradez e dignidade humana e política e se capacitem a propugnar pela grandeza da terra que ele tanto amou, e que nós, também tanto amamos.

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