A Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social de Lorena (SADS), em decorrência de justificadas reclamações a respeito da situação da população de rua no município, dá esclarecimentos sobre os principais aspectos a respeito deste grave problema.
Lorena, segundo o último censo de 2010 do IBGE, possui quase 83 mil habitantes, a maioria vivendo na zona urbana.
Embora seja município de pequeno porte, apresenta mazelas próprias de grandes cidades, como população de rua usuária de álcool e drogas, além dos usuários que não vivem nas ruas, mas são motivos de preocupação às famílias e à sociedade.
Desde o mês de fevereiro deste ano, a SADS, por meio do Centro de Referência de Especialidades em Assistência Social (CREAS), vem acompanhando de perto a situação desta população, que faz das ruas suas moradias.
Por meio deste acompanhamento, foi possível detectar que a grande maioria é do município de Lorena, têm familiares na cidade, porém, com laços rompidos, devido ao uso e à dependência de álcool e drogas, com grande resistência de mudanças.
O cenário é complexo. De um lado, o direito constitucional que lhes garante a autonomia e liberdade. De outro, parte da sociedade que, solidária, busca amenizar o sofrimento oferecendo ajuda, seja por meio de uma palavra amiga, um alimento, ou um cobertor nas noites frias das ruas.
A cobrança é inevitável. A população que se sente mais prejudicada com a presença da população de rua, por diferentes motivos, espera da administração pública resultados imediatos para a solução do problema, o que é impossível de alcançar em curto prazo.
Porque impossível?
Porque não existem respostas fáceis e rápidas para questões complexas.
Trata-se de uma situação que não se iniciou ontem, nem há seis meses ou um ano. Abrange vidas destroçadas pelo álcool e pelas drogas, doentes, portanto, que precisam de tratamento para restaurar a saúde física e mental, atar os vínculos rompidos, para, então, retornar à sociedade como filho, irmão, pai, mãe, enfim, cidadão.
A gestão municipal que se iniciou em 2013 tem o foco voltado aos trabalhos sociais, de resgate da cidadania, por diferentes meios.
Entre os objetivos buscados está o aperfeiçoamento da rede de atenção psicossocial, com a participação de outros setores da administração, como o de Saúde, além dos conselhos que reúnem a prefeitura e a sociedade civil.
No que tange às ações de assistência social, é necessário implantar meios de acolher as pessoas, oferecendo cuidados e atenção em caráter transitório.
A SADS lembra que a atual administração, por meio da Secretaria de Saúde, do Conselho Municipal de Políticas Sobre Drogas deLorena (COMAD) e do CREAS, vem trabalhando com afinco na construção de um projeto que, de fato, preste auxílio a estes grupos.
Não se trata, porém, de trabalho com resultados imediatos, como já dito, tendo em vista a demanda por grandes investimentos financeiros e de pessoal.
A SADS têm consciência do quanto difícil é conviver com uma população que cria embaraços, polui as ruas e se comporta de maneira antissocial.
Trata-se, no entanto, de um ônus que a sociedade ‘paga’ como consequência da falta de cuidados durante muitos anos no município, com o agravamento das desigualdades e das diferenças econômicas e sociais.