A VELHA CULTURA LORENENSE – “PRINCESA DA MARGEM DO PARAÍBA”

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A VELHA CULTURA LORENENSE

A tradição de cultura fausto e grandeza sempre foi notável na terra lorenense. O seu acentuado gosto pelas letras, pelas artes, pela instrução, faceta essencial e marcante das suas atividades.
Sobretudo depois da criação da Comarca, em 1886, grande impulso e animação teve a vida social da pequena cidade.
A 23 de novembro de 1886, funda-se a primeira Sociedade Literária e Recreativa – “O Retiro Literário Lorenense” – de que foi seu presidente o Sr. João de Oliveira Évora.
Logo depois, a 28 de fevereiro de 1869, surge a segunda, com o nome de “Terpsicore Lorenense”, sob a presidência do Major Francisco Luiz Domingues e a 30 de junho de 1897, a terceira “O Recreio das Família”, tendo como diretor fundador, o então Major Joaquim José de Moreira Lima Junior – O Conde de Moreira Lima.
E grandes, memoráveis passam a ser as festas de Lorena. Pelos Salões, a moda era o violão, o landú, a modinha, nas tertúlias das sociedades recreativas; além dos bailes recitava-se ao piano, decifravam-se charadas, jogavam-se prendas.
Ma sobre tudo petava-se. Por que, nem só de festas, luxo, divertimentos, se compunham a vida Lorenense.
A preocupação cultural e educacional ocupava parte essencial nos seus espíritos e consciências.
Em 1870, funcionava em Lorena o colégio particular para ensino das humanidades – o “Colégio Lorenense”, fundado e dirigido por Dr. Manoel Tomaz Pinto Paca. primeiro Promotor Público da cidade.
Em 1872, aparece o primeiro jornal “O Lorenense” de propriedade de Manoel de Góis Moreira , e redatores o Dr. Manoel Tomaz Pinto Paca e o Prof. Olympio Catão.
Fundada em 16 de maio de 1874, a “Escola Noturna” para adultos e escravos, sendo seu diretor Olympio Catão.
A “Sociedade Auxiliadora de Instrução Pública”, fundada em 20 de novembro de 1874, com a finalidade de criar o maior número possível de escolas noturnas gratuitas de instrução primária em qualquer ponto da Comarca.
Um dos maiores feitos foi a criação da “Biblioteca Municipal” solenemente instalada e inaugurada a 31 de outubro de 1876, no Paço da Câmara Municipal, sob a Presidência do Sr. Antonio Rodrigues de Azevedo Ferreira, mais tarde o Barão de Santa Eulália.
A 7 de julho de 1877, chega a Lorena o primeiro trem de ferro, da Companhia Estadual de Ferro de São Paulo e Rio de Janeiro, de que era Diretor outro ilustre Lorenense, o Barão da Bocaína.
A 24 de outubro de 1878, surge a luz da publicação, o 2º. periódico Lorenense “Hepacaré”, logo depois, a 24 de julho de 1879 o terceiro “Gazeta de Lorena”.
A Igreja de São Benedito, o Engenho Central, a nova Matriz, o Ginásio São Joaquim, as Capelas do Rosário e de São Miguel das Almas, são dessa época, como também as primeira Comendas e Mercês honoríficas distribuídas por S.M.I Dom Pedro II.
O Constante amor às letras e à instrução sempre tão constantes no espírito dos Lorenenses, não se abate, antes toma novo e mais vigoroso impulso, através do fausto dessa brilhante época.
Em 1880 é composto, impresso e editado em Lorena, o 1º livro Lorenense “O Orgulho” – drama original de Olympio Catão.
A 3 de Junho de 1881, funda-se nova “Sociedade Literária Científica – Clube Polimático”, de que foi seu presidente Major Francisco de Assis Oliveira Borges.
Em 1882 aparece o “Almanaque de Lorena” organizado e editado pelos irmãos Olympio Catão e Jerônimo Lorena, de suas paginas ficamos sabendo existirem na época duas Tipografias – a da Gazeta de Lorena, propriedade de Jerônimo de Lorena e Alexandre Riedel, e a Himalaia, pertecente a Pedro Marçal da Cunha.
Existiam ainda 3 professores de piano e musica vocal, 2 professores de musica vocal e instrumental, 2 bandas de musica: “Orfelina Lorenense” dirigida por Rondolfo José Lorena (compositor) e “Princesa Imperial” dirigida por Mamede de Campos (compositor)
Tal era a fama, o renome de Lorena, pela instrução, situação de seus homens, sobretudo por sua inegável e solida cultura, que com justiça foi nomeada “PRINCESA DA MARGEM DO PARAÍBA”

Rosângela Malerba
Bibliotecária

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